A Cimitarra quebrada.
A cimitarra quebrada.
Tive talvez a conversa (escrita) mais doida da minha vida. A pouco
tempo conheci um chefe escoteiro, e por conta de um tópico de laminas
pra bushcraft trocamos mensagens, óbvio, conseguimos chegar a um termo
que é usarmos o tradutor do google, colocando as mensagens em inglês,
pq chefe Russein é Árabe. O homem usa uma cimitarra quebrada como faca
de campo. Rolou ali uma afiação mas basicamente é uma lamina de uns 15
cm. O papo desencadeou para primitivismo quando veio a surpresa, o homem
vive como uma espécie de beduino, passa periodos em um local que não é
um deserto mas um tipo de semi árido e usa recursos de uma cidade
próxima, como telefone e internet. O termo primitivismo deu pano pra
manga, a começar pela barreira da língua haha. No fim ele me deu seu
ponto de vista: "Não há primitivismo e sim conhecimento antigo, ou
ancestral, não pode haver tempo como medida para a prática, pois há
povos que vivem até hoje como seus ancestrais, pessoas que costuram suas
tendas, fazem suas ânforas e catam sua comida." Ele completa com largas
explanações sobre seu ponto de vista a respeito de bushcraft ( deve ser
triste pro meu amigo ver certas coisas e só ter areia seca e camelos
kkkk) entendi algo "como resgatar conhecimentos milenares sobre um
determinado sistema ou ambiente" Sim, sistema, como sobrevivencialista
não posso excluir o aspecto sustentável, afinal uma comunidade vive ali
desta forma, logo a prática se estende para além do esporte, ou hobby ou
seja lá como queiram chamar e vai pro modo de vida de toda uma
comunidade. Alguns porques vem á tona, porque determinado modelo de faca
é usado por determinado povo? Hoje estes modelos ( legais, históricos
ou não) povoam o meio mateiro ocidental, vc pode escolher entre facas
Austro-russas até modelos nepaleses, filipinenses etc, o que pouca gente
percebe, é que ainda há nativos ancorados no planeta, com seus pés e
tradições cravados em suas terras, muito do que chamamos de bushcraft,
primitivo ou ancestral é ainda rotina diária hoje em dia, e duas ou tres
vezes por semana este nativo usa o Surface! Toda esta história serve
para mim como alguns parâmetros, o primeiro é que vou reconsiderar
certas terminologias, o segundo é a reafirmação que as artes mateiras e
culturas antigas são um poderoso instrumento de sustentabilidade para o
sobrevivencialismo, o terceiro e mais incrível é imaginar, que mundo
afora, ainda tem muitos Otzis andando poraí Giuliano Toniolo,
com nossos indios, com os beduinos, entre os nativos de áreas
torrencialmente frias ou nas vastas savanas africanas, tem cara lascando
pedra pra viver, fazendo cerâmica e curtindo couro. Ray Mears... O cara
sacou o jogo, o bushcraft dele não se baseia só em primitivismo
estático ou histórico, mas no CONHECIMENTO ancestral de forma global e
ainda vivo. Fechou, eu e Ch. Russein já eramos fãns do Raí meiers,
agora decidimos reassistir todo o material dele (sacrificio hehehe!) e
voltar a tagarelar com letras. Abraços!
Salam Aleikum.
Colei isso do meu Facebook (batata sobrevivencialista), e acho que estou bem longe de finalizar esta teoria, ou linha de pensamento escrito.
Que foda, né batata? Dá pra acreditar que existe escotismo árabe? Eu achei esse post muito interessante. E nessa parte de primitivismo ou sobrevivencialismo, todos nós só temos a ganhar estudando as tradições ancestrais. Para eles era um modo de vida, não um hobby. Sem contar que hoje a gente tem muito conhecimento em outros ramos graças à ciência. O que vira fazer é misturar os dois ramos de saber, e aproveitar e adaptar o melhor de cada um. Abraços e até o próximo post (força c/ o blog, o melhor q já vi escrito por um brasileiro)!
ResponderExcluiresse post me fez relembrar coisas q eu vi aqui no nosso Brasil. Quando eu tinha 15 anos fui morar com meus pais na Paraiba e conhecemos uma familia de vendedores ambulantes de uma praia, que viviam numa casa sem porta nem janelas, sem banheiro e a cozinha era a lenha, improvisada. E como eles tinham muitos e muitos, era o tipo de vida da região. No geral eles plantavam e criavam galinha, fora os peixes pescados. Isso a meia hora da capital. Existem varias areas no nosso Brasil q vivem dessa forma tb e pelo mundo mais ainda, acho isso fantastico.
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